A tendenciosidade no título sobre guarda de filho revista

Uma análise linguística da tendenciosidade que atua subjetivamente.

Mãe perde guarda de filho no Rio por morar em Manguinhos

perde – verbo conjugado no presente, transitivo direto que precisa ser complementado por objeto direto.
guarda – equivalente à posse, relativo à responsabilidade.
no Rio – situação
em Manguinhos – objeto de causa

O ponto mais evidente a se perceber, é o fato de terem relatado a situação "no Rio" diferente do objeto de causa "em Manguinhos". Se ambos os lugares situam-se o mesmo e são descritos separadamente, o objetivo é causar especificação contextual, então torna-se possível que haja um distanciamento entre os significados dos mesmos.
exemplo: Eu moro em uma quitinete, num bairro em Paris.
Então, pode-se separar que o Rio é o lugar onde aconteceu e que Manguinhos é apenas uma especificação que não qualifica a totalidade do logradouro. Confirma-se a tese, pelo fato de que o título não esclarece que "Manguinhos" se refere a uma das maiores favelas situadas no estado.

Segundo ponto: Se diz que a guarda foi perdida quando na verdade, a guarda do filho continua compartilhada. Então usa-se a liberdade interpretativa que a palavra "guarda" abrange e o termo "perde" é usado para causar efeito drástico ao fato da mudança da responsabilidade pelo parentesco.

"de filho" é usado porque "do filho" torna específico a qualidade de "um" filho, e a generalização numérica causa efeito da possibilidade da existência de mais de um filho e também soberania de que apenas um é referido, causando efeito narrativo de apelo.

 A intenção do texto é criar no leitor o primeiro pensamento de que a mãe sofreu prejuízo pela extinção da posse de criação do filho, apenas pelo fato de morar em algum lugar do Rio. 

O que oculta: a guarda foi passada ao pai da criança, que possui melhor condição econômica e que a mãe morava numa favela em área de risco com considerável índice de violência, o que foi o argumento da decisão do juiz.
Misleading é a ferramenta usada para desviar o foco e dar a entender uma coisa que não é verdade.

 A autora tinha a motivação de fazer o leitor acreditar que a mãe teve sua criança tirada de sua posse através do prejuízo tendo um logradouro não especifico como o único fator levado em consideração.

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