Autor: Bruno Rocha
Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que não sou um especialista em economia. O pouco que sei foi estudando por conta própria o que eu podia estudar em livros e na internet. Porem, não me considero um mero palpiteiro. O que digo aqui tem base nos acontecimentos da própria nação e por ser baseado em fatos, não tem a menor necessidade de crivo acadêmico em economia.
Embora eu queira abordar toda a extensão do governo de Lula, vou abordar apenas de 2010 pra frente, não vou entrar em méritos da Dilma ser ou não um fantoche, ela apenas prosseguiu com o que Lula estava fazendo. Considerando isso, vamos a situação.
No meio de 2011, o Governo do então presidente Lula anunciou que estaria lançando um pacote de Incentivo ao Desenvolvimento do Brasil. Esse pacote recebeu diversos nomes, dentre eles: “pacote de estímulo a competitividade das empresas no Brasil” e vulgarmente chamado “pacote de ‘bondades’”, porém, recebeu o nome do Ministério do Desenvolvimento (ministério responsável pelo pacote) de Brasil Maior. O objetivo desse pacote era na teoria, simples: desoneração tributária (abaixar os impostos da indústria, especificamente das industrias de eletrônicos e também de automóveis), aliado a um generoso pacote de incentivo a financiamentos. Você pode ver mais detalhes sobre o pacote e seus orçamentos neste link:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/08/veja-medidas-do-brasil-maior.html
Bom, a receita aqui é simples; com esses estímulos, a indústria “gastando menos” para produzir, os bancos com taxa de juros mais baixa e financiamento facilitado, qualquer pessoa com um holerite podia financiar um veículo. No fim das contas, o governo deixaria de arrecadar do setor industrial fabricante de veículos aproximadamente R$ 12 bilhões por ano. Esse plano de incentivo continuaria até meados de 2016, o resultado não podia ser outro... a frota de veículos saiu da casa dos 29 milhões (2009) para a casa dos quase 44 milhões (2017). Isso, sem considerar motocicletas. No fim das contas, na cidade de São Paulo (SP), a taxa de veículos por habitante saltou de 2 para 4,4 por habitante.
Não é difícil saber de um Brasileiro que tenha estado economicamente ativo nesse período que não tenha cedido à tentação de adquirir seu próprio automóvel para fugir de problemas com o transporte público sucateado e de má qualidade. A idade da frota que era em média de 10 anos, rapidamente foi para 4 anos e os Brasileiros não estavam só andando de carro, eles estavam andando de carro novo. Afinal de contas, parece que Lula conseguiu o que queria... tirou milhões da pobreza e como disse durante as campanhas para Dilma; agora o brasileiro tem carro, agora o brasileiro anda de avião e agora o brasileiro pode ter a casa própria (vou abordar em outro artigo), muito bom não é mesmo?
Então, eu não vou abordar aqui os riscos de um governo socialista para uma nação com potencial como o Brasil, mas gostaria de te chamar atenção a um fato. O Brasil tem “fechado no vermelho”, faz algum tempo que ele gasta mais do que arrecada e além de sistematicamente aumentar o preço da gasolina mês após mês, saindo da faixa de R$: 2,50 / litro da gasolina comum para os atuais R$: 5,00 / litro, o governo tem arrecadado bem mais e anunciou uma manobra bem interessante, aumentar o PIS/COFINS nos combustíveis. Seria isso coincidência? Apenas com essa manobra, o governo vai arrecadar (por semestre) cerca de R$ 11 bi, isso sem contar a arrecadação que ele já faz. Isso mesmo, simplesmente aumentando singelos 8%, eles curiosamente vão compensar (por semestre) o que deixaram de arrecadar por ano durante o “pacote de bondades”.
Não estou tentando ser aquele maluco da teoria da conspiração e não me venha dizer que isso é culpa do Temer, creio que esse plano já estava arquitetado faz muito tempo. Eu não estou teorizando nada, como disse no inicio: esse é apenas um estudo sobre fatos, fatos esses que estão nos números, nos gráficos, nas ações, sem qualquer previsão para o futuro. Todas as fontes se encontram abaixo, sinta-se a vontade para analisar por você mesmo.
Meu ponto é o simples ciclo do hábito, sugiro a leitura de O Poder do Hábito de Charles Duhigg, é fácil de entender. Primeiro você adquire um carro, que na média dos Brasileiros, é financiado em longas e suaves prestações. Claro, você vai adquirir aquele 1.0 porque é econômico, show de bola. Durante alguns anos, o preço do combustível é mantido estável (enquanto nos bastidores a Petrobrás era saqueada). Você tem um carro, paga pouco pela gasolina (ou álcool, TOP, seu carro é Total Flex), e então estabelece-se o hábito de ir trabalhar de carro, ir a Faculdade de carro, sair com seu carro, e ai do nada, o preço começa a disparar feito uma flecha para cima. Você já tem o hábito... tanto é que em 2017 por exemplo, a venda de carros 1.0 disparou em 40%, veja, somente fatos! o Brasileiro já estava acostumado a andar de carro. A gasolina subiu, ele vai parar de andar de carro?! Talvez, ir de bicicleta ao trabalho ou quem sabe ir de ônibus?! É, eu acho que não. O hábito tem essa característica, ele prende a mente humana em um ciclo em que ele tem que manter, mesmo que nesse caso seja sair do seu 2.0 para um 1.0 só pra continuar andando de carro, mas “economizar”.
A conta fica ainda mais assustadora quando você pensa: a cadeia de dominós que o preço dos combustíveis carrega por trás de si, porque tudo... TUDO aqui depende disso; desde a camisinha que você compra na farmácia até a fralda que você compra no supermercado. Quando você não usa a camisinha, está tudo atrelado. Como uma grande bola de neve, a economia sofre um terrorismo sem precedentes, tornando todos reféns de uma política econômica medíocre que vem se arrastando por anos, sendo carregada nas costas e que pode em médio prazo, novamente nos levar a àquela situação onde precisamos criar outra moeda porque a atual está em demasia inflacionada.
Infelizmente, pelos números, sinto lhe informar que a tendência é só piorar. Para mudar esse cenário, seria necessária uma mudança real e essa mudança não seria rápida nem fácil. A economia é algo que tem que ser levado a sério. Não sou um fã de Temer. Pra mim, ele é farinha do mesmo saco, mas ele disse uma verdade, coisa que eu nunca achei que fosse possível sair da boca de um político; medidas amargas precisam ser tomadas, medidas essas que não são populares ou que podem não parecer tão interessantes assim.
A verdade é que o Brasil vai de mal a pior e tudo que foi guardado na gaveta para “fazer política” agora está saindo, além de estarmos pagando a conta de uma estatal completamente fodida (Petrobras), estamos enchendo o bolso de vários e vários por ai, tudo graças a esse maravilhoso “poder econômico” que nos foi dado. Na ponta disso tudo está o único fruto que essa irresponsabilidade pode gerar: inflação. Inflação essa que parece ser sem fim, cada vez mais consumindo nosso “poder de compra”.
fontes:
Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que não sou um especialista em economia. O pouco que sei foi estudando por conta própria o que eu podia estudar em livros e na internet. Porem, não me considero um mero palpiteiro. O que digo aqui tem base nos acontecimentos da própria nação e por ser baseado em fatos, não tem a menor necessidade de crivo acadêmico em economia.
Embora eu queira abordar toda a extensão do governo de Lula, vou abordar apenas de 2010 pra frente, não vou entrar em méritos da Dilma ser ou não um fantoche, ela apenas prosseguiu com o que Lula estava fazendo. Considerando isso, vamos a situação.
No meio de 2011, o Governo do então presidente Lula anunciou que estaria lançando um pacote de Incentivo ao Desenvolvimento do Brasil. Esse pacote recebeu diversos nomes, dentre eles: “pacote de estímulo a competitividade das empresas no Brasil” e vulgarmente chamado “pacote de ‘bondades’”, porém, recebeu o nome do Ministério do Desenvolvimento (ministério responsável pelo pacote) de Brasil Maior. O objetivo desse pacote era na teoria, simples: desoneração tributária (abaixar os impostos da indústria, especificamente das industrias de eletrônicos e também de automóveis), aliado a um generoso pacote de incentivo a financiamentos. Você pode ver mais detalhes sobre o pacote e seus orçamentos neste link:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/08/veja-medidas-do-brasil-maior.html
É importante que você veja alguns números como os aportes feitos para os bancos para facilitar os financiamentos.
Bom, a receita aqui é simples; com esses estímulos, a indústria “gastando menos” para produzir, os bancos com taxa de juros mais baixa e financiamento facilitado, qualquer pessoa com um holerite podia financiar um veículo. No fim das contas, o governo deixaria de arrecadar do setor industrial fabricante de veículos aproximadamente R$ 12 bilhões por ano. Esse plano de incentivo continuaria até meados de 2016, o resultado não podia ser outro... a frota de veículos saiu da casa dos 29 milhões (2009) para a casa dos quase 44 milhões (2017). Isso, sem considerar motocicletas. No fim das contas, na cidade de São Paulo (SP), a taxa de veículos por habitante saltou de 2 para 4,4 por habitante.
Não é difícil saber de um Brasileiro que tenha estado economicamente ativo nesse período que não tenha cedido à tentação de adquirir seu próprio automóvel para fugir de problemas com o transporte público sucateado e de má qualidade. A idade da frota que era em média de 10 anos, rapidamente foi para 4 anos e os Brasileiros não estavam só andando de carro, eles estavam andando de carro novo. Afinal de contas, parece que Lula conseguiu o que queria... tirou milhões da pobreza e como disse durante as campanhas para Dilma; agora o brasileiro tem carro, agora o brasileiro anda de avião e agora o brasileiro pode ter a casa própria (vou abordar em outro artigo), muito bom não é mesmo?
Então, eu não vou abordar aqui os riscos de um governo socialista para uma nação com potencial como o Brasil, mas gostaria de te chamar atenção a um fato. O Brasil tem “fechado no vermelho”, faz algum tempo que ele gasta mais do que arrecada e além de sistematicamente aumentar o preço da gasolina mês após mês, saindo da faixa de R$: 2,50 / litro da gasolina comum para os atuais R$: 5,00 / litro, o governo tem arrecadado bem mais e anunciou uma manobra bem interessante, aumentar o PIS/COFINS nos combustíveis. Seria isso coincidência? Apenas com essa manobra, o governo vai arrecadar (por semestre) cerca de R$ 11 bi, isso sem contar a arrecadação que ele já faz. Isso mesmo, simplesmente aumentando singelos 8%, eles curiosamente vão compensar (por semestre) o que deixaram de arrecadar por ano durante o “pacote de bondades”.
Não estou tentando ser aquele maluco da teoria da conspiração e não me venha dizer que isso é culpa do Temer, creio que esse plano já estava arquitetado faz muito tempo. Eu não estou teorizando nada, como disse no inicio: esse é apenas um estudo sobre fatos, fatos esses que estão nos números, nos gráficos, nas ações, sem qualquer previsão para o futuro. Todas as fontes se encontram abaixo, sinta-se a vontade para analisar por você mesmo.
Meu ponto é o simples ciclo do hábito, sugiro a leitura de O Poder do Hábito de Charles Duhigg, é fácil de entender. Primeiro você adquire um carro, que na média dos Brasileiros, é financiado em longas e suaves prestações. Claro, você vai adquirir aquele 1.0 porque é econômico, show de bola. Durante alguns anos, o preço do combustível é mantido estável (enquanto nos bastidores a Petrobrás era saqueada). Você tem um carro, paga pouco pela gasolina (ou álcool, TOP, seu carro é Total Flex), e então estabelece-se o hábito de ir trabalhar de carro, ir a Faculdade de carro, sair com seu carro, e ai do nada, o preço começa a disparar feito uma flecha para cima. Você já tem o hábito... tanto é que em 2017 por exemplo, a venda de carros 1.0 disparou em 40%, veja, somente fatos! o Brasileiro já estava acostumado a andar de carro. A gasolina subiu, ele vai parar de andar de carro?! Talvez, ir de bicicleta ao trabalho ou quem sabe ir de ônibus?! É, eu acho que não. O hábito tem essa característica, ele prende a mente humana em um ciclo em que ele tem que manter, mesmo que nesse caso seja sair do seu 2.0 para um 1.0 só pra continuar andando de carro, mas “economizar”.
A conta fica ainda mais assustadora quando você pensa: a cadeia de dominós que o preço dos combustíveis carrega por trás de si, porque tudo... TUDO aqui depende disso; desde a camisinha que você compra na farmácia até a fralda que você compra no supermercado. Quando você não usa a camisinha, está tudo atrelado. Como uma grande bola de neve, a economia sofre um terrorismo sem precedentes, tornando todos reféns de uma política econômica medíocre que vem se arrastando por anos, sendo carregada nas costas e que pode em médio prazo, novamente nos levar a àquela situação onde precisamos criar outra moeda porque a atual está em demasia inflacionada.
Infelizmente, pelos números, sinto lhe informar que a tendência é só piorar. Para mudar esse cenário, seria necessária uma mudança real e essa mudança não seria rápida nem fácil. A economia é algo que tem que ser levado a sério. Não sou um fã de Temer. Pra mim, ele é farinha do mesmo saco, mas ele disse uma verdade, coisa que eu nunca achei que fosse possível sair da boca de um político; medidas amargas precisam ser tomadas, medidas essas que não são populares ou que podem não parecer tão interessantes assim.
A verdade é que o Brasil vai de mal a pior e tudo que foi guardado na gaveta para “fazer política” agora está saindo, além de estarmos pagando a conta de uma estatal completamente fodida (Petrobras), estamos enchendo o bolso de vários e vários por ai, tudo graças a esse maravilhoso “poder econômico” que nos foi dado. Na ponta disso tudo está o único fruto que essa irresponsabilidade pode gerar: inflação. Inflação essa que parece ser sem fim, cada vez mais consumindo nosso “poder de compra”.
fontes:

Nenhum comentário:
Postar um comentário