Por Higor Onofre
Resumidamente,
A gente pode partir da premissa de que os religiosos, onde eu me incluo, acreditamos que a mente é o fruto do espírito, enquanto os movimentos científicos acreditam que a mente é um fruto do cérebro. Então, essa diferença entre algo que é abstrato e algo que é anatômico consegue fazer com que haja uma grande discordância, por exemplo, na questão de tratamentos. então a igreja muitas vezes disputa com as clínicas a forma mais adequada de um tratamento, e muitas vezes há erros tanto de um lado como do outro. Então eu vou falar alguns contextos onde esses erros aconteceram.
Partindo do início, a psicologia surgiu através de movimentos sociais. Sim, movimentos sociais… porque havia a dominância ainda de muitas pessoas que pertenciam ao clero da Igreja Católica dominando partes científicas. Por exemplo, havia descoberta da genética. Então, a ciência ainda era conhecida como algo pertencente à faculdade, que ainda era algo que estava enraizado no catolicismo, e com isso, os movimentos científicos começaram a surgir através da Maçonaria e do movimento Iluminista, que queriam criar uma nova Era, onde a Igreja, que já não fazia mais parte do Estado, perdesse cada vez mais a sua importância e então esse novo movimento formasse uma alta cultura, e essa tivesse uma nova visão sobre a vida e a realidade, e pudesse explorar aquilo que a igreja condenava e até mesmo proibia.
Só que isso também levou esses movimentos científicos que estavam iniciando a cometerem erros terríveis. Por exemplo, a igreja perseguia o paganismo e a ciência que era pertencia aos povos pagãos. Os movimentos científicos no início se apegaram muito a essas culturas pagãs como forma de oposição, para poder desvendar o que havia ali e as razões pela qual a igreja perseguia essas doutrinas. Uma dessas doutrinas é a egípcia. Os egípcios foram geniais na matemática, na arquitetura e na Taxidermia. Porém, eles eram péssimos na medicina.
Um dos procedimentos que eles tinham que envolvem o surgimento da Psicologia é que eles acreditavam que as doenças habitavam de modo anatômico no cérebro. Num dos tratamentos que eles tinham procedia fazer furos no crânio da pessoa para que essas energias que causavam doença pudessem sair do cérebro e a pessoa. Claro que não tinha eficácia, porém era uma das formas que esse povo tinha de tentar explorar e descobrir alguma realidade. Foi o que alguns cientistas passaram a fazer para poder desafiar a autoridade da Igreja sobre o assunto da mente, já que eles acreditavam que a mente, de fato, era fruto do cérebro. Então, resolvendo anatomicamente um problema do cérebro, você iria resolver um problema abstrato da mente, já que a mente seria apenas uma manifestação do funcionamento do órgão cerebral. Isso fez com que surgissem alguns movimentos que exageraram nas suas razões e davam explicações profundas científicas sobre assuntos que, na verdade, eles não tinham ainda o domínio nem da técnica ou da eficácia.
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Então, surgiu, por exemplo, a lobotomia. Se eu não me engano, na década de 30 ou de 40, mas ficou sendo exercida por 20 a 30 anos. Ela veio para o Brasil ainda depois da Segunda Guerra Mundial e ficou sendo exercida até a década de 60, mesmo depois de proibida. Tinha médicos que ainda faziam porque as pessoas procuravam, e o criador da lobotomia ganhou um prêmio Nobel. Essa técnica era o seguinte: para você corrigir problemas da personalidade da pessoa, esquizofrenia, a depressão, alucinações… era feita uma inserção pela por cavidades até o cérebro da pessoa, que normalmente ficava débil, e talvez num comportamento mais ameno, ficava mais passiva e perdia grande parte da sua consciência. Em alguns casos, também a causava cegueira e morte. Demorou muitos anos, décadas até que eles percebessem que esse tratamento não era eficaz, muito pelo contrário, ele só prejudicava. Porém, até hoje, historicamente falando, o criador desse método ganhou um prêmio Nobel de Medicina.
Mas há sim, muitos conflitos do lado religioso. A gente tem alguns problemas, como, por exemplo, no caso dessa menina do filme "O Exorcista". Essa menina sofria com transtornos mentais, obviamente, e houve um caso real. De fato, o acompanhamento espiritual não serviu muito. Ela acreditava que estava sob possessões demoníacas. E a gente, às vezes, acaba se deixando levar porque, na Bíblia mesmo, né, doenças mentais são curadas através da expulsão de demônios. Cristo mesmo fez isso. Porém, em alguns casos, a nossa participação, a nossa tentativa de cura, a gente, por falta de capacidade, acaba entrando numa história que não tem fim. E enquanto a gente não obtém cura, a gente acaba piorando o quadro. Então, se a gente entra com religiosidade para curar um problema e você achar que não consegue, a gente não deve insistir. Você deve recuar e assumir a incapacidade de resolver o problema, porque como nesse caso, o fim da menina foi trágico.
Sempre é uma razão para que nós estudemos não nos deixemos levar acreditando que nós temos capacidade de resolver tudo é através da fé. Nós temos sim um potencial para resolver tudo através da fé, mas como homens, estamos distantes de estarmos capacitados para podermos resolver certos problemas. Então, a psicologia hoje tem um conflito com a religião de hoje não estão mais falando de 100 200 anos atrás. Estamos falando de hoje, porque cada vez mais a psicologia engloba novas doenças, como por exemplo no DSM 5, qual o antigo coordenador diz que os conselhos de Psicologia se tornaram apenas uma fábrica de doenças, porque há uma intromissão muito grande da Indústria Farmacêutica e quanto mais doença para eles tratarem melhor; porque o profissional de Psicologia sai da faculdade preparado para diagnosticar pessoas, e a psiquiatria só dá remédio. Tudo que o psicólogo recebe como um problema social está sendo direcionado a tratar como se fosse doença, e isso é preocupante porque as pessoas acabam acreditando que elas não tem responsabilidade sobre seus atos e sobre o seu sofrimento.
Há um conflito na psicologia em que cada vez mais ela abrange como doença coisas que podem resolvidas, e do outro lado, a igreja fica cada vez mais sem apoio porque uma até para uma pessoa que tem crises de ansiedade um pastor ou um padre não vai saber resolver porque a pessoa já chega na igreja acreditando que ela tá doente… a solução para isso tá dentro da cabeça dela, então o líder espiritual precisa sim ter toda uma imersão na cabeça daquela pessoa para fazê-la acreditar que a doença que ela acredita que existe, não existe.
No entanto, saber que a psicologia possui falhas não significa que a religião vai estar sempre certa, porque a religião também possui muitas falhas e muita decadência em certos assuntos, por exemplo, em quadros de abuso, em quadros de independência emocional ou química, e não existe um preparo para esses profissionais. São problemas práticos e por mais que o religioso não acredite que exista o transtorno de forma anatômico-biológica, é fato que existe um transtorno e ele tá ali se manifestando. Então, a partir da manifestação do problema, você não pode negar que a pessoa tá doente. Você pode negar que a doença seja maior do que a pessoa, mas você não pode negar que existe ali uma doença, nem que seja pela própria vontade da pessoa de estar doente.
Mas há sim, muitos conflitos do lado religioso. A gente tem alguns problemas, como, por exemplo, no caso dessa menina do filme "O Exorcista". Essa menina sofria com transtornos mentais, obviamente, e houve um caso real. De fato, o acompanhamento espiritual não serviu muito. Ela acreditava que estava sob possessões demoníacas. E a gente, às vezes, acaba se deixando levar porque, na Bíblia mesmo, né, doenças mentais são curadas através da expulsão de demônios. Cristo mesmo fez isso. Porém, em alguns casos, a nossa participação, a nossa tentativa de cura, a gente, por falta de capacidade, acaba entrando numa história que não tem fim. E enquanto a gente não obtém cura, a gente acaba piorando o quadro. Então, se a gente entra com religiosidade para curar um problema e você achar que não consegue, a gente não deve insistir. Você deve recuar e assumir a incapacidade de resolver o problema, porque como nesse caso, o fim da menina foi trágico.
Sempre é uma razão para que nós estudemos não nos deixemos levar acreditando que nós temos capacidade de resolver tudo é através da fé. Nós temos sim um potencial para resolver tudo através da fé, mas como homens, estamos distantes de estarmos capacitados para podermos resolver certos problemas. Então, a psicologia hoje tem um conflito com a religião de hoje não estão mais falando de 100 200 anos atrás. Estamos falando de hoje, porque cada vez mais a psicologia engloba novas doenças, como por exemplo no DSM 5, qual o antigo coordenador diz que os conselhos de Psicologia se tornaram apenas uma fábrica de doenças, porque há uma intromissão muito grande da Indústria Farmacêutica e quanto mais doença para eles tratarem melhor; porque o profissional de Psicologia sai da faculdade preparado para diagnosticar pessoas, e a psiquiatria só dá remédio. Tudo que o psicólogo recebe como um problema social está sendo direcionado a tratar como se fosse doença, e isso é preocupante porque as pessoas acabam acreditando que elas não tem responsabilidade sobre seus atos e sobre o seu sofrimento.
Há um conflito na psicologia em que cada vez mais ela abrange como doença coisas que podem resolvidas, e do outro lado, a igreja fica cada vez mais sem apoio porque uma até para uma pessoa que tem crises de ansiedade um pastor ou um padre não vai saber resolver porque a pessoa já chega na igreja acreditando que ela tá doente… a solução para isso tá dentro da cabeça dela, então o líder espiritual precisa sim ter toda uma imersão na cabeça daquela pessoa para fazê-la acreditar que a doença que ela acredita que existe, não existe.
No entanto, saber que a psicologia possui falhas não significa que a religião vai estar sempre certa, porque a religião também possui muitas falhas e muita decadência em certos assuntos, por exemplo, em quadros de abuso, em quadros de independência emocional ou química, e não existe um preparo para esses profissionais. São problemas práticos e por mais que o religioso não acredite que exista o transtorno de forma anatômico-biológica, é fato que existe um transtorno e ele tá ali se manifestando. Então, a partir da manifestação do problema, você não pode negar que a pessoa tá doente. Você pode negar que a doença seja maior do que a pessoa, mas você não pode negar que existe ali uma doença, nem que seja pela própria vontade da pessoa de estar doente.
Assista ao vídeo de onde esse texto foi tirado

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