A NOVA ORDEM MUNDIAL, A AGENDA 2030 E O PERIGO QUE RONDA A AMAZÔNIA

 


NOVA ORDEM MUNDIAL

Você certamente já se deparou com este conceito. A ideia de Nova Ordem Mundial não é recente; em geopolítica, Nova Ordem Mundial se traduz, principalmente, como uma nova configuração entre as relações políticas internacionais a partir do fim da guerra fria. Com a dissolução dos dois grandes blocos representados por Estados Unidos e União Soviética, respectivamente, há um rearranjo das forças no cenário da geopolítica global, falando-se a partir de então do surgimento de vários blocos ao invés de apenas dois grandes opositores, e consequentemente em uma ordem multipolar, ou na assimilação dos blocos em uma única ordem apolar.

No entanto, independente dessas especulações, é fato que o caos não pode imperar nas relações internacionais, havendo muitas disparidades entre o poder e a influência das nações umas sobre as outras, uma verdadeira hierarquia, onde países mal colocados econômica e politicamente são submetidos e instrumentalizados por superpotências ou por outras forças capazes de subjugar uma nação, pondo em cheque sua soberania ou mesmo impedindo que ela se exerça.  

O que nos interessa, no entanto, é a perspectiva mais corrente, e também a mais polêmica – diga-se de passagem -  que é aquela da Nova Ordem basicamente como sinônimo de poder e de governo global unificado. Não obstante essa ideia esteja comumente associada ao conspiracionismo, vamos seguir essa linha observando aquilo que tem se destacado dentro deste debate.   

Nesse sentido, nós podemos dizer de antemão que entendemos que há realmente um projeto de poderio global, sem, no entanto, sermos capazes de apontar com precisão em qual etapa desta Nova Ordem nós estaríamos. O que é possível notar é que essa ordem é forjada a cada dia, hora mais rápida, hora mais lentamente, o que pode ser visto em uma série de marcos simbólicos que são seguidos e acompanhados por transformações mais ou menos radicais. Por fim, também é possível notar que a nação brasileira surge como um elemento chave dentro deste projeto. 

NAÇÕES UNIDAS

1919, os vencedores da primeira guerra mundial assinam o que ficaria conhecido como “Tratado de Versalhes”, cujo propósito seria o de pacificar a Europa e prevenir novos conflitos, mas que submeteu a Alemanha a duros termos de rendição, com uma série de pesadas imposições que incluíam a perda de parte do território alemão e até mesmo a ocupação de seu território por tropas estrangeiras. 

Neste cenário é instituída a Sociedade das Nações, como um parlamento mundial permanente que também teria sido constituído com propósitos pacificadores. Este órgão internacional foi dissolvido após outra grande guerra mundial, em 1946, incapaz de exercer seu papel na preservação da paz, mas foi o precursor da futura ONU, a Organização das Nações Unidas.  

O documento que estabeleceu a ONU foi a Carta das Nações Unidas, confeccionada na Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional e o documento elaborado encontra-se em vigor desde que foi convencionado. Desde que foi criada, a ONU instaurou uma série de comissões, assembleias e comitês que votam e elaboraram projetos de pesquisa e implementação de medidas administrativas e governamentais ligadas a praticamente todos os âmbitos da política e da sociedade, com um enfoque na promoção do Direito segundo seu entendimento do que deve ser um regulamento padrão universal para toda a humanidade, na cultura, na economia, nas relações sociais e nas relações internacionais.

Um dos principais órgãos da ONU até 1994 foi  o “Conselho de Tutela”, que era responsável por assumir e manter a tutela de nações e territórios considerados pouco desenvolvidos, coordenando medidas educacionais e assegurando, nessas regiões, proteção de propostas relacionadas a ideia de direitos humanos.

A ONU também conta com uma Corte Internacional, órgão dedicado a tratar de questões jurídicas, que é também chamada de "Tribunal  Internacional de Justiça" ou "Corte Mundial", podendo atuar tanto em situações contenciosas quanto em consultivas, e todos os membros da organização são obrigados a respeitar as decisões da Corte, que é constituída por quinze juízes. 

A AGENDA 2030

Como podemos ver, toda a ONU foi modelada desde o início como uma instituição governamental e em torno de propostas e metas de governança global. De acordo com suas diretrizes, seus principais objetivos são o arbítrio mundial, a regulação das relações internacionais e a promoção do denominado “desenvolvimento sustentável”. Nada disso pode ser efetivado sem um poder real de mobilização, influencia, e até mesmo coerção.

A ONU atua através da diplomacia, junto as forças militares e empresas. Essa atuação deve ser alvo de análises detalhadas. Mas por enquanto o que nos interessa é o plano de ação lançado pela ONU em 2015 chamado AGENDA 2030. O plano está delineado em um documento intitulado “TRANSFORMANDO NOSSO MUNDO: A AGENDA 2030 PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”.

Este documento foi lançado como uma síntese de um longo debate internacional em torno de problemas e anseios de todos os países, a descrição dos desafios a serem enfrentados, dos objetivos gerais e metas para transformação de toda a sociedade e da realidade da vida no planeta. Assumidamente ambicioso, no entanto, não deixa explícito em nenhum momento que, pela sua própria natureza e estrutura, o documento é, nada mais nada menos do que um manifesto político.

Como veremos nas entrelinhas do manifesto, é possível ler o esboço da promoção de um ideal social e de uma utopia, bem como de um projeto de poder totalitário onde não haverá saída para os dissidentes.  Poderíamos dizer, dessa maneira, que há uma agenda discreta ou até mesmo uma agenda oculta, ou seja, uma agenda por trás da agenda.

Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza e da privação e a sanar e proteger o nosso planeta. Estamos determinados a tomar medidas ousadas e transformadoras que são urgentemente necessárias para colocar o mundo em um caminho sustentável e resiliente. Ao embarcarmos nessa jornada coletiva, comprometemo-nos a não deixar ninguém para trás”.

A AGENDA OCULTA

O plano de ação da ONU não é o mero resultado da cooperação de vários países a fim de resolverem problemas em comum. Trata-se de um programa de governo. Seus objetivos e metas, são objetivos e metas de governabilidade. No centro desse programa está a ideia de “Desenvolvimento Sustentável”, que embora não tenha uma definição clara, é mencionada mais de cem vezes no texto. O Desenvolvimento Sustentável, dentro do programa político, corresponde ás condições necessárias para a estabilidade do regime.

Não pode haver desenvolvimento sustentável sem paz, e não há paz sem desenvolvimento sustentável”.

Todos os princípios, objetivos e metas funcionam de uma forma bastante esquemática e classificados em níveis de implementação. Primeiro, o nível da BIOSFERA, que corresponde ao controle dos recursos, ecologia, meio ambiente e geopolítica. Segundo, SOCIEDADE, que corresponde ao controle das instituições, da cultura, da educação, do urbanismo, da medicina e etc. Terceiro, ECONOMIA, corresponde ao controle das finanças, da produção, do consumo, da indústria e etc. Por fim, no topo da pirâmide, o princípio e objetivo mais importante, que é o das PARCERIAS, que corresponde propriamente ao Estado ou ao governo mundial. Suas metas giram em torno da regulação da parceria como um sindicato global, lidando com o financiamento, a arrecadação e os acordos econômico-políticos a nível mundial.

“Estamos determinados a mobilizar os meios necessários para implementar esta Agenda por meio de uma Parceria Global para o Desenvolvimento Sustentável revitalizada, com base no espírito de solidariedade global fortalecida, com ênfase especial nas necessidades dos mais pobres e mais vulneráveis e com a participação de todos os países, todas os grupos interessados e todas as pessoas. As interconexões e a natureza integrada dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são de importância crucial para assegurar que o propósito da nova Agenda se concretize. Se realizarmos as nossas ambições em toda a amplitude da Agenda, todos sentirão melhoras sensíveis em suas vidas e nosso mundo será melhor”.

“Reafirmamos nosso firme compromisso com a plena implementação desta nova Agenda. Reconhecemos que não seremos capazes de alcançar nossos ambiciosos Objetivos e metas sem uma Parceria Global revitalizada e reforçada e sem meios de implementação comparativamente ambiciosos. A Parceria Global revitalizada facilitará um engajamento global intensivo em apoio à implementação de todos os Objetivos e metas, reunindo governos, sociedade civil, setor privado, o Sistema das Nações Unidas e outros atores e mobilizando todos os recursos disponíveis”.

BRASIL NA AGENDA GLOBAL

Segundo dados da própria ONU, em um período de vinte anos, entre 1938 e 1958, o Brasil ascendeu do terceiro para o primeiro lugar como país mais industrializado, dentre todos os outros da América Latina. No que tange a indústria de extração de recursos naturais, no entanto, o Brasil permanecia bem atrás de outros países como a Venezuela. A partir da década de setenta e oitenta, a ideologia ambientalista emergiu como grande capital político, e o Brasil se tornou o maior alvo das políticas ambientais. Em 1978 foi assinado o Tratado de Cooperação Amazônica, em vista de começar a limitar a autonomia dos países amazônicos em relação a esse que é um dos biomas mais importantes do planeta, constituindo uma reserva estratégica com particularidades que a tornam única e rica em recursos imprescindíveis para a humanidade.
 A área delimitada como Pan-Amazônica ou Amazônia Internacional, é composta por enormes partes periféricas de todos os países que integram seu território, sendo uma região muito isolada e incivilizada.  Nesse contexto obras como “A Geopolítica da Pan-Amazônia” do Gen. Carlos de Meira Mattos surgem em defesa da ocupação da Amazônia pelo Estado brasileiro como um objetivo estratégico. A ideia era “Integrar para não entregar”. Porém, com a consolidação e onipresença do ambientalismo, a geopolítica da conquista econômica da Amazônia pela própria civilização brasileira foi sendo cada vez rechaçada com mais virulência pela mídia e pelas forças internas e externas.

Tendo como pretexto sempre o alarmismo e o catastrofismo ambiental, bem como uma suposta superioridade em embasamento científico, a ONU criou em 1983 a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, cujos trabalhos resultaram no Relatório Brundtland, que enfatizou a íntima associação entre pobreza, subdesenvolvimento e dano ambiental, sedimentando o conceito de Desenvolvimento Sustentável. O relatório também recomendou a convocação de uma conferência internacional a fim de discutir os avanços e necessidades não atendidas desde a Conferência de Estocolmo, o que se concretizou em 1992 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Rio-92 ou ECO-92. A Conferência produziu uma série de documentos importantes, entre eles a Carta da Terra, a Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Convenção sobre a Biodiversidade, a Convenção sobre as Mudanças Climáticas e a Agenda 21, estabelecendo compromissos e metas a serem alcançadas pelos países signatários.

A partir do momento que uma nação aceita esses compromissos, passa a ter a incumbência de participar de ações conjuntas sob a bandeira da ecologia, como as medidas de redução de impactos das mudanças climáticas. Devem seguir todos os parâmetros criados pelas ONGS em nome da proteção, conservação e gestão sustentável das florestas e da biodiversidade, independente do impacto econômico e sócio-político que isso possa ter, e como se esse prejuízo e desvantagem não fosse suficiente, tais países devem estar comprometidos também financeiramente com esse trabalho. Por trás da fachada do crescimento harmônico e da gestão integral, está a exploração e aplicação de um neo-malthusianismo feroz, que impõe os maiores limites ao progresso e os maiores boicotes aos produtores e a indústria.

A última realização das instâncias internacionais foi inserir no programa as reivindicações ambientais de povos indígenas e dos quilombolas, sem que elas precisem passar pelo crivo do Estado e da opinião pública brasileira. Fica determinado ser imprescindível a inclusão e a participação de povos indígenas e comunidades tribais na gestão dos recursos naturais. Concorrendo com isso, está a política educacional diferenciada para os indígenas, que é liderada pelas ONGS e por forças estranhas, como a entidade chamada “Brazil Foundation” que é suportada por empresas do grande capital como o banco Goldman Sachs, a Microsoft e o Google.

 

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