Como as mulheres enganam homens pela atração



A ilusão do talvez é o estado onde ocorre incerteza e negação quando se entrega sentimentalmente após receber sinais de interesse afetivo duvidosos.


 Há pessoas que possuem comportamento predatório e induzem suas presas a esta ratoeira para mantê-las em um estado de fácil manipulação emocional; as enviam sinais de interesse afetivo e as fazem criar ilusões amorosas e eróticas mas nunca dão a certeza sólida de que essas ilusões se tornarão realidade ou se as dão; adiam as promessas, inventam desculpas, faltam aos compromissos, ou simplesmente não cumprem o que prometem sem explicações. Elas não confirmam nem negam, apenas deixam o sujeito com sua própria imaginação. 

A presa então é pega neste truque, não percebe que apenas está sendo enganada e acaba se negando a aceitar que a pessoa que lhe oferece apreço apenas a usa para receber apoio emocional, status social, reforço financeiro ou para fins de auto afirmação.







Afinal, Como saber se uma mulher gosta de você?
As presas geralmente se arremessam cegamente à armadilha por possuírem pouca confiança e ou baixa autoestima. Os predadores que induzem suas presas a ilusão do talvez, saem sempre ilesas dos seus atos. A justificativa para se livrar da culpa é trazer à tona o fato de que nunca apresentaram qualquer fundamento racional sólido. Ou seja, se livram da culpa dizendo que nunca ofereceram algum motivo real para que suas vítimas acreditassem que haveria alguma retribuição pela devoção que lhes foi oferecida por livre e espontânea vontade. Muitos homens caem na ilusão do talvez por terem a ingenuidade de pensar que uma doce e delicada mulher nunca os enganaria e tiraria proveito de sua índole. Porém, elas os enganam e sim, tiram proveito de sua índole.


Vamos relembrar uma das primeiras músicas de sucesso da cantora Anitta 

Eu, posso conquistar tudo que eu quero
Mas, foi tão fácil pra te controlar
Com, jeito de menina brincalhona
A fórmula perfeita pra poder te comandar

Pensou, que eu fosse cair mesmo nesse papo?
Que, tá solteiro e agora quer parar
Eu, finjo, vou fazendo meu teatro
E te faço, de palhaço, pra te dominar

Tá fazendo tudo que eu mando
Achando que logo vai me ter

Mas no fundo eu só tô brincando com você

Poderosa, eu sou quase um anjo
Hipnose, já ganhei você
Nesse jogo vamos ver quem é que vai vencer

Toda produzida,
Te deixo quente
Meiga e abusada faço você se perder
E quem foi que disse que eu estava apaixonada por você?
Eu só quero saber





Situação I

A cena mais comum em bares ou baladas é a de um grupo de mulheres vestidas para matar, que olham e sorriem para homens que parecem empolgados com a noite e então simulam linguagem corporal de interesse afetivo durante todo o tempo. Os homens então acreditam que os sinais que receberam são de interesse afetivo verdadeiro, mesmo não possuindo nenhuma afirmação verbal ou demonstração explícita para que tivessem algum fundamento racional sólido de que essas mulheres possuíam algum interesse verdadeiro.

Tidos como presas, os homens pedem ao garçom que às leve bebidas e aperitivos, para demonstrar que são bons provedores e possuem o interesse de garantir o bem estar de tais mulheres.

Tendo a noite toda passado e seus bolsos não mais aguentando tanta boêmia, os homens se referem às mulheres para requisitar alguma retribuição amorosa por conta de suas devoções. As mulheres, porém, se negam a retribuir seus esforços e dizem nunca ter pedido tais ofertas de apreço, fazendo com que os homens voltem aos seus antigos lugares e aceitem a frustração de que investiram em um relacionamento puramente imaginário, onde foi oferecida toda a demonstração de seus interesses e nada foi recebido em troca, nem mesmo o direito de reclamar por terem sido enganados ou sequer culpar as mulheres por terem se deixado iludir.


Situação II

Um adolescente introvertido, deslocado socialmente e focado nos estudos, geralmente é despercebido na sua própria sala de aula e ignorado em termos de importância social entre os colegas de classe. Numa eventual tarefa para casa sobre uma matéria que os alunos têm dificuldade em aprender, uma bela jovem da turma cumprimenta o rapaz e mesmo que nunca antes tenha puxado assunto, pede ajuda com o dever de casa, elogia a inteligência do rapaz e se compara, dizendo que nunca tiraria notas altas como aquelas. O adolescente, nervoso, agradece o elogio e diz que não tem dificuldade para aprender o dever e acaba oferecendo-se para ajudá-la a terminar a sua tarefa. A jovem agradece e levemente passa a mão no ombro do rapaz, como um gesto de agradecimento que induz a algo mais e pede seu número, para que possam ir à casa dela naquela tarde mesmo, após a aula

Na casa da jovem, o adolescente sua frio e gagueja a cada palavra sobre a matéria, e dá as respostas para que ela escreva em seu caderno. Após horas de pesquisa e cálculos, o adolescente já exausto termina sua tarefa e por consequência, a dela.

A jovem ao conseguir o que queria, expira fundo como quem se livra de uma situação aflitiva e agradece ao menino com um sorriso falso que sequer tenta parecer sincero, fecha seu caderno pega seu celular. Ali, ela mexe em seu celular por vários minutos em silêncio, abandonando o adolescente em suas próprias inseguranças, até que se sente incômodo e sem conseguir articular uma solução para o constrangimento, diz que precisa ir pra casa, assim fazendo a jovem o levar até a porta sem a menor resistência.

Na aula do dia seguinte, ela passa por ele e repete o mesmo “obrigado” acompanhado do sorriso amarelo e nunca mais o dirige a palavra. O pequeno homem não passou de uma presa social.



- Higor Onofre. Psicanalista, professor e estudante de terapias integrativas. Acompanhe nas redes.

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