A moral é uma prisão imaginária onde se respeitada, confere um limite seguro de transição entre os indivíduos, presando acordos em prol de um propósito social. Tal propósito, é regido por leis que determinam como se deve dar a harmonia para que seus interesses não possam ferir a integridade uns dos outros. Um exemplo de moralidade era a lei de Talião; olho por olho, dente por dente. Nela, os indivíduos sabiam que estavam à mercê de sofrer a equivalência dos danos que causassem a terceiros e isso, os guiava através de uma conduta moderada para que a harmonia social pudesse manter-se. Não ferindo a integridade de alguém, não havia motivos para que lhe ferissem a integridade.
O liberalismo muitas vezes desafia diretamente a moral, sendo a tese de que a sociedade precisa de poder produtivo além de seu poder de organização social. Menospreza a moral, tendo o poder monetário como uma ferramenta possibilitante para que os interesses de um indivíduo possa sobrepôr-se aos interesses de outrem, criando uma guerra aquisitiva que se equivale a leis naturais de sobrevivência primitiva, onde o mais forte sacrifica a integridade do mais fraco para realizar seus caprichos.
Agindo como animais sofisticados, a sociedade liberal acaba degradando a si mesma, fazendo com que o interesse do indivíduo não seja preservar a sua integridade, e sim, ter poder para exercer os seus interesses acima dos interesses dos outros, mesmo que de algum modo, possa denegrir a integridade sua ou de outrem. Uma empresa que produz químicos que fazem mal a longo prazo ou que não cumprem os resultados prometidos em seus produtos, exerce sua falta de moral, já que compromete a integridade do próximo e exerce seu poder econômico imensuravelmente. Tem como única forma de interromper seu rendimento, a criação uma outra empresa que lucre para monitorar a legalidade de seu funcionamento. Essa por sua vez, haveria de ter outra que monitore seu trabalho, para que não abusasse do seu poder de concessão e criasse meios de extorsão para permitir o funcionamento imoral da anterior e assim, ad infinitum. Exigir que a lei seja cumprida exige também ética - cumprimento da moral - de que as empresas lhe prestarão um serviço que preze sua integridade, no final das contas.
A moral está além da lei, pois a lei é feita para afrontar quem não a respeita. Quem não é pego a descumprindo, não irá enfrentá-la até que o seja, e caso seja. Eis um trecho da carta do apóstolo Paulo em Timóteo 1:5-10. Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam. Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente. Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado. O poder monetário não é apto para promover harmonia social, seu poder para a degradação da mesma possui muito maior capacidade e resultados em curto prazo. A moral nunca se fez ausente em sociedade alguma. Mesmo os selvagens menos desenvolvidos civilmente possuíam noções sobre respeito e hierarquia, dois fatores que a ciência tem dificuldade para explicar sem utilizar recursos dos valores metafísicos concedidos pela própria ideia de moral já existente. Sem moralidade, a integridade do indivíduo no sistema social fica à mercê da confiança de que terceiros cumprirão livre e espontaneamente as leis e que prezarão a integridade do próximo enquanto obtêm seus lucros, por livre e espontânea vontade, provinda de uma consciência benevolente. Ou seja, utopia.
O poder monetário não é apto para promover harmonia social, seu poder para a degradação da mesma possui muito maior capacidade e resultados a curto prazo. A moral nunca se fez ausente em sociedade alguma. Mesmo os selvagens menos desenvolvidos civilmente possuíam noções sobre respeito e hierarquia, dois fatores que a ciência tem dificuldade para explicar sem utilizar recursos dos valores metafísicos concedidos pela própria ideia de moral já existente.
Sem moralidade, a integridade do indivíduo no sistema social fica à mercê da confiança de que terceiros cumprirão livre e espontaneamente as leis e que prezem a integridade do próximo enquanto obtêm lucro, por livre e espontânea vontade. Ou seja,
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