OS ENÍGMAS FALAM DE NÓS








POR FELIPE STANCIOLI

Já a algum tempo criou-se um certo preconceito, do mesmo tipo de tantos preconceitos modernos. É mais um desses clichês e lugares comuns que não dizem coisa alguma. Esse 'mito' - no mal sentido - é o de que a mulher seria um ser enigmático, misterioso, incógnito e etc, como se ninguém pudesse decifrar a alma feminina ou algo assim. Na verdade isso é uma grande bobagem! Não há nada de misterioso ou indecifrável na mulher. A mulher na verdade é bastante simples e menos complexa que o homem. E se comparássemos, notaríamos que os homens sempre entenderam mais a mulher e sempre souberam se colocar mais no lugar delas do que o oposto. Só para dar um exemplo, vejam o caso de Nelson Rodrigues com seu pseudônimo Suzana Flag que teve ampla aceitação do público feminino, chegando ele a dar aconselhamento para várias mulheres que achavam que Suzana se tratava de outra mulher, de tanto a compreensão dele o fazia convincente no seu personagem. O contrário não vemos em canto algum.

A reputação de ser incognoscível dada a mulher, se deve a romantização de certas características suas, que são a dissimulação, a volatilidade, a falta de caráter, de moralidade e etc. As pessoas então passaram a confundir inconstância e leviandade com mistério, um ledo engano.

De outra maneira, devido a questão do apelo sexual, todos os homens se tornam perplexos e deslumbrados diante da mulher, sejam eles homens de qualquer estirpe, tanto sérios quanto não sérios, tanto inteligentes quanto burros. Esse deslumbre e fascínio que a mulher causa no homem, leva-o a poetizar a mulher e achar que não a compreende, quando na verdade não compreende os fortes sentimentos e humores que ela desperta em sua própria psique. Portanto não é a mulher que o homem precisa decifrar, e sim a si próprio. A verdadeira esfinge é a alma do homem, o seu próprio coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário