5 vezes onde a "Ciência" errou feio

  Para muitos tolos, a obtenção da resposta é o cessar da dúvida. Isso é o que faz com que muitos imbecis consigam se formar em faculdades e serem escalados para altos cargos sem conhecerem de fato a profundidade do próprio ofício. Somos a geração do “não sei o porquê, mas é assim”.

 A ciência se tornou uma religião para os aspirantes ao ateísmo, pois sua finalidade como ferramenta é racionalizar o mundo, mas o ser humano é curioso por natureza e os detentores do título de cientista passam a explorar essa curiosidade para fins lucrativos ou egocêntricos. Talvez a questão mais profunda que algumas pessoas possuem, seja sobre seu propósito na vida. Querem saber de onde vêm, pra onde vão e o motivo de estarem vivos. Da mesma forma que a ciência acusa a religião de estar se beneficiando das dúvidas e dos medos dos fieis para se prevalecer como instituição, a ciência não faz diferente. É capaz de se comprometer a responder questões fora de seu campo de conhecimento apenas para sanar dúvidas e acolher os que têm medo.



 Na área científica do jornal UOL em São Paulo de 30/09/2015, a jornalista Maria Júlia Marques dá um exemplo claro de religiosidade criada por consequência da ilusão da racionalidade científica, onde baseia teorias em cima de teorias e alimenta fantasias que acreditam serem racionais, mas estão distante da realidade na prática e não podem ser experimentadas. Conforme ela mesma assume:

 A recente divulgação da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana) de que há provas da existência de água líquida e corrente em Marte fez com que a comunidade cientifica se empolgasse e criasse hipóteses de que agora encontrar vida no planeta vermelho pode ser apenas uma questão de tempo. Embora alguns tenham animado-se com a notícia e imaginado como será morar em Marte, além de conhecer os marcianos, é bom lembrar que o assunto é delicado e alguns estudos já anunciaram ter encontrado vida fora do espaço, mas no fim a história não foi bem assim.

A matéria segue relatando 5 vezes em que cientistas se equivocaram, onde usaram de conhecimento estratégico para persuadir leigos de que haveria uma mudança em nossas conclusões sobre o universo.


1 - Meteorito Allan Hills 84001

Quem era vivo (e adulto) em 1996 deve se lembrar da notícia que surpreendeu o mundo: uma pedra marciana encontrada na Antártida tinha (pelo o que parecia) bactérias fossilizadas. A rocha foi nomeada como Allan Hills 84001, tinha cerda de 2 kg e tinha sido localizada em 1984 por caçadores de meteoritos. De acordo com os cientistas, a composição do meteorito indicava que ele seria originário de uma rocha vulcânica de Marte.

(...)

Por mais que fosse mais bacana acreditar na vida em Marte, existia também a hipótese de que um organismo terrestre antigo tivesse penetrado no meteorito, que estava extremamente quente após passar pela atmosfera, e que esse organismo tenha ficado ali preso enquanto a rocha esfriava e endurecia. A notícia enlouqueceu muitos terráqueos, mas até hoje não foi possível confirmar se realmente se tratam de restos de vida marciana, ou se são estruturas criadas por algum processo físico-químico.


2 - Bactérias extraterrestres

Em 2011, um artigo do astrobiólogo da Nasa, Richard Hoover, também causou alvoroço. O cientista dizia ter descoberto evidências de bactérias extraterrestres fossilizadas em três meteoritos que atingiram a Terra. A teoria foi publicada no Journal of Cosmology, onde Hoover afirmava ter encontrado evidências de organismos similares às cianobactérias na estrutura das rochas. Porém, a composição dos organismos encontrados era diferente das bactérias terrestres, o que provaria que vinham do espaço. O periódico recebeu duras críticas da comunidade científica por ter veiculado a pesquisa. Mesmo causando muito bochicho, não houve comprovação mais aprofundada da tese de Hoover.


3 - Companhia para o Curiosity

 O robô Curiosity, que está desde 2012 em Marte, descobriu quatro meses após sua chegada moléculas de água, enxofre e percolato, um composto formado por cloro e oxigênio, no solo do planeta vermelho. O perclorato tem partículas de carbono, elemento orgânico fundamental para a formação da vida.

 As cinco amostras foram coletadas na duna de areia Rocknest, que fica na cratera Gale, e foram analisadas, também, pelo CheMin e o Mahli, laboratórios e equipamentos instalados dentro do jipe-robô. A esperança reascendeu, mas ainda não era uma forma de vida.


4 - Estrela doce

 Uma equipe internacional de astrônomos detectou pela primeira vez açúcar ao redor de uma estrela jovem, informou o Observatório Austral Europeu (ESO, na sigla em inglês), em 2012.

 O grupo conseguiu captar moléculas de açúcar no gás que rodeia a IRAS 16293-2422, uma estrela binária jovem que possui massa similar a do Sol e está localizada a 400 anos-luz da Terra.

 Encontrar açúcar não soa como descobrir a vida no espaço, porém, os pesquisadores explicaram que a molécula encontrada é um dos ingredientes na formação do ácido ribonucleico (RNA), que, assim como o DNA, é um dos ingredientes fundamentais para a vida. Assim, este achado demonstra que os elementos essenciais para a vida se encontram no momento e lugar adequados para poder existir nos planetas que se formam ao redor da estrela.


5 - Metano em Marte

Em fevereiro de 2005, cientistas da Nasa relataram novamente que poderiam ter encontrado alguma evidência de vida atual em Marte.

Os responsáveis pela descoberta eram os cientistas Carol Stoker e Larry Lemke. Ambos afirmaram que provaram que há vida em Marte por ter detectado metano na atmosfera de Marte. A produção, segundo a dupla, se assemelhava com a da vida primitiva na Terra.

 Pela superficialidade da pesquisa, a Nasa se desvinculou do estudo, e os próprios cientistas recuaram das afirmações iniciais. Apesar da fragilidade, a descoberta do metano ainda é debatida por cientistas para aumentar as possibilidades de vida em solo marciano.


 Apesar de citar vários casos onde a necessidade de obter respostas fez com que uma crença desproporcional na ciência tenha levado muitos ao engano, a jornalista termina seu artigo dando reforço ao mesmo comportamento que induz ao erro, e cita:


 Sem perder a esperança

 Mesmo com muitas descobertas sem um final feliz, a esperança é sempre a última que morre. Em abril deste ano, o cientista-chefe da Nasa, Ellen Stofan, afirmou durante um painel de discussões em Washington, nos Estados Unidos, que as descobertas mais excitantes estão para acontecer nos próximos anos. “Vamos ser otimistas… ainda no período de nossas vidas vamos descobrir que há vida em outros corpos celestiais do Sistema Solar, vamos descobrir as implicações disso para a evolução em nosso próprio mundo. Tudo isso vai acontecer nos próximos 20 a 30 anos”.


 Aqueles que se dizem investigadores da realidade estão sempre em notoriedade por tentarem levar as pessoas à fantasia. O raciocínio não define a si mesmo, é preciso ter algo para raciocinar a respeito e esse objeto de raciocínio pode ser facilmente persuadido.

 Sobre a matéria: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/09/30/pegadinha-5-vezes-que-achamos-que-tinha-vida-no-espaco-mas-nao-tinha.htm

 Entendendo que a ciência se propõe a ser a religião dos que não possuem crenças religiosas típicas, se pode compreender a razão de que tantos ateus consomem teorias científicas com fim de sanar sua busca por um propósito. São inúmeros exemplos de casos onde a tentativa de racionalizar o que está fora do conhecimento acaba tornando o indivíduo tão crédulo no absurdo quanto o mais radical religioso.

 No mesmo jornal da UOL, é notável a histeria a respeito de temas que se disfarçam de ciência para promover crenças em uma matéria do dia 01/04/2019 por Márcio Padrão.

 Se o universo é tão vasto, por que ainda não encontramos vida inteligente fora da Terra? Existe um nome técnico para esse questionamento: paradoxo de Fermi, em homenagem ao físico italiano Enrico Fermi. Agora inventaram uma possível resposta: seria porque tais alienígenas estão observando a terra como parte de seu "zoológico galáctico". Esta teoria diz que há civilizações lá fora que sabem tudo sobre nós, mas intencionalmente se escondem dos terráqueos, o que explicaria o "grande silêncio" de nossos programas espaciais nunca terem entrado em contato com eles.

Além de ser uma teoria completamente infundada, o autor assume talvez por inocência, que o assunto foi debatido a sério por pessoas de relevância institucional.

 A ideia geral da "teoria do zoológico" não é nova: na verdade foi publicada na revista científica "Icarus" em 1973 pelo astrônomo John A. Ball. Mas em um encontro no mês passado promovido pela organização de astrônomos Meti --que investiga se há vida no espaço-- o tema voltou a ser debatido com seriedade

 Literalmente, está escrito “o tema voltou a ser debatido com seriedade” então, não se pode ignorar o fato de que o assunto passou de uma suposição e está sendo investigado como hipótese.. Existe uma linha muito delicada entre aquilo que é consumado como fato e aquilo que é considerado um fato. Muitas teorias que já foram aceitas pelos conselhos científicos internacionais se tornaram disciplinas aplicadas em escolas primárias e logo em seguida desmentidas ou refutadas. Literalmente, a mente da sociedade está à mercê de fatos que para muitos podem fazer sentido no campo abstrato, apesar de não possuírem nenhuma base prática.

 No próprio artigo há comentários mostrando que algumas pessoas usam não só da crença nessa ciência como são devotos a estarem contra aqueles que se opõem aos seus ideias de estilo de vida. Um comentário do perfil chamado Golias Carlos Brito em 03/04/2019 é o espécime perfeito da devoção à fantasia científica:

 A descrença na existência de vida inteligente fora da terra é por si só um dos motivos que não faremos contato no momento, pois é sinal de ignorância, e todos sabem que a ignorância é o fator base da violência, do egoísmo e, extrapolando, das guerras. Não estamos preparados para o contato, não evoluímos o necessário para tal fato, precisamos nos concertar como sociedade, eliminando todas diferenças sociais: raça, gênero e financeira. Essa evolução demorará ainda alguns séculos e virá alicerçada por desenvolvimento tecnológico, de comunicação e de deslocamento espacial. Temos que dar graças a Deus que seja desse jeito, pois, caso fosse feito contato por alguma espécie superior, e teria que ser superior para vencer o espaço-tempo que nos separa, muito provavelmente, seríamos dominados e extintos.

 O indivíduo possui todo um sistema de crença social qual promete deter a solução para os problemas contemporâneos e pressupõe que os problemas que a sociedade enfrenta são provenientes da ignorância.

  Primeiro que, todos os problemas citados no comentário são fatores que marcam a vida na sociedade desde que temos registro de civilização, tornando mais provável que tais problemas sejam provenientes da própria natureza humana, e não da falta de modelação moral.  Em segundo lugar, ele atribui que as espécies de outro mundo não fazem contato conosco pelo fato de que não acreditamos na existência dela. Diz também que essa descrença é sinal de ignorância e que esse é o mesmo motivo pelo qual a sociedade não vive em constante equilíbrio.

 Ou seja, ele acredita que um mero fator pode ser responsável para transformar o modo em que vivemos, e que sem a adesão a esse fator, somos ignorantes e por isso não vivemos em harmonia.

 Tentar explicar o mundo apenas partindo das ideias que você consegue conceber, é uma armadilha que o torna mais ignorante que aqueles que acusam de sê-lo. Pois não reconhece a limitação da inteligência em si, e pressupõe erroneamente a ignorância no outro. 

Mais no artigo: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2019/04/01/zoologico-galactico-pesquisadores-dizem-que-terra-e-observada-por-aliens.htm


Por: Higor Onofre

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